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Traficante brasileiro expulso pelo governo paraguaio vai para Catanduvas, diz Justiça do RJ


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A Justiça do RJ autorizou nesta segunda-feira (19) a ida do traficante Marcelo Piloto para o Presídio Federal de Catanduvas (PR). O brasileiro foi expulso pelo governo paraguaio no início da manhã. Autoridades do país vizinho decidiram pela transferência depois que o criminoso matou, a facadas, uma jovem – a fim de evitar o cumprimento da pena no Brasil, segundo o MP paraguaio.

A decisão que estabelece Catanduvas como destino de Piloto é do juiz Rafael Estrela Nóbrega, da Vara de Execuções Penais da Capital, que atendeu a pedido do secretário de Segurança do RJ, general Richard Nunes. O Departamento Penitenciário Nacional já tinha indicado a penitenciária paranaense como opção. A autorização, em caráter liminar, fixa prazo inicial de 60 dias para a permanência no PR.

Piloto, de 43 anos, tem de cumprir pena de mais de 26 anos de prisão por latrocínio e por roubo. No Brasil, além desta condenação, ele responde por outros crimes como homicídio, tráfico e associação para o tráfico.

O Ministério da Justiça do Brasil afirma que Piloto pode responder em Catanduvas pelo assassinato do último fim de semana.

Marcelo Piloto foi entregue à polícia brasileira no aeroporto que fica do lado paraguaio da Usina de Itaipu, em seguida foi levado para a delegacia da PF em Foz do Iguaçu — Foto: Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai/Divulgação

Catanduvas fica a 200 km de Foz do Iguaçu, onde Piloto foi entregue por autoridades paraguaias a policiais federais no início da manhã.

“A excepcionalidade da medida para que o apenado não ingresse no sistema prisional estadual [fluminense] se justifica em razão de todo o histórico recente ocorrido no curso de sua custódia no Paraguai, bem como a logística empregada pelos meios de segurança, que apontam para o menor custo e maior eficácia na sua inclusão direta no Presídio Federal de Catanduvas, indicado pelo Departamento Penitenciário Nacional, considerando a proximidade com a cidade de Foz do Iguaçu, local de seu ingresso no País”, escreveu o magistrado.

O juiz cita, em sua decisão, as duas tentativas frustradas de resgatar Piloto da cadeia perto de Assunção. O texto também fala da “grave situação do Estado do Rio de Janeiro, na área de Segurança Pública” e lembra que mais de 85 policiais foram mortos, “o que torna evidente o momento vivido pelas forças de segurança”.

A expulsão

Segundo informações do governo paraguaio, o avião com o traficante partiu do grupo tático aéreo da Força Aérea Paraguaia, em Luque, cidade vizinha a Assunção, às 5h05 desta segunda-feira.

A aeronave pousou no aeroporto que fica do lado paraguaio da Usina de Itaipu, em Hernandarias, antes das 7h e em seguida Marcelo Piloto foi levado para a delegacia da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, em um helicóptero da Polícia Civil.

Ele chegou algemado, encapuzado e escoltado. Ainda na pista, agentes tiraram o colete à prova de balas de Piloto e trocaram as algemas. Já no helicóptero, teve os pés amarrados, recebeu uma embalagem plástica caso passasse mal no voo e conversou rapidamente com policiais.

Morte na cela

No sábado (17), Piloto matou uma jovem dentro de sua cela no Agrupamento Especializado em Assunção para, apontam promotores paraguaios, tentar evitar a extradição ao Brasil.

O assassinato da jovem de 18 anos foi “uma atitude extrema de Piloto para impedir sua extradição”, disse o promotor Hugo Volpe. A Justiça do Paraguai autorizou a extradição de Piloto no dia 30 de setembro, após serem frustradas duas tentativas de resgate do traficante.

A jovem morta por Marcelo Piloto entrou na prisão em que ele estava, no Paraguai, fora do protocolo, declarou o Ministério Público paraguaio. Lidia Meza Burgos ficou 40 minutos na cela e morreu após levar 16 facadas do traficante.

A vítima, ainda conforme o MP, era prostituta e o visitava pela segunda vez. “Ela ingressou no presídio sem ser dia e hora de visita”, disse Volpe ao G1.

Extradição há dois meses

De acordo com a decisão de setembro que determinou a extradição de Marcelo Piloto, ele só poderia ser entregue às autoridades brasileiras depois da conclusão de dois processos abertos no país vizinho: um por homicídio e outro por produção de documentos falsos e violação da Lei de Armas – este julgado na sexta-feira (16).

Segundo Volpe, a apelação de Piloto para que não fosse extraditado deveria ser julgada ainda este mês, e a permanência dele no Paraguai poderia ser determinada caso comprovada a culpa dele na morte da jovem.

Marcelo Piloto

Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, de 43 anos, é apontado pelas polícias dos dois países como o maior fornecedor de armas e drogas fora do Brasil desde a prisão de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.

Piloto foi preso em dezembro de 2017 em Encarnación, no Paraguai.

Foragido desde 2007, ele vivia no país vizinho desde 2012. Para não ser identificado, usava uma identidade falsa e mudava de endereço a cada seis meses. Aos vizinhos, se apresentava como vendedor de eletrônicos.

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